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Ser justo com o usuário é o melhor caminho

Um ranking que classifica os países conforme a conectividade deles à internet coloca o Brasil numa posição muito desconfortável: somos a 78ª nação do mundo em disponibilidade de conexões, temos 58% da população conectada e estamos atrás de lugares como Trinidad e Tobago, a Polinésia Francesa e a Groenlândia. Apesar disso, 86 milhões de brasileiros ainda não têm conseguem acessar à rede mundial de dispositivos (a população brasileira é de 204 milhões de pessoas).

 

Se o ordenamento for feito ao analisar uma das principais características das conexões, a velocidade, caímos dez posições na tabela e vamos para a 88ª colocação. Navegamos a uma média de 4,1 Mbps — um pouco atrás do líder da América Latina, o Uruguai, cujos dados fluem a  cerca 6,2 Mbps. Melhor nem comparar com os outros cantos do mundo pra não se impressionar com os 26,7 Mbps da líder mundial Coreia do Sul.

 

O usuário que nos lê agora pode inclusive estar fazendo isso por meio de uma conexão que acha que poderia ser melhor. Talvez esteja cansado de quedas constantes, taxa de transferência menor do que o contratado e, se usar um pacote de dados móveis, não aguente mais ter que controlar o que consome na rede para não acabar com a franquia e ter a velocidade ainda mais reduzida.

 

O que ele pode fazer? Trocar de operadora? Talvez nem isso resolva, dependendo da empresa para a qual ele escolha migrar.

 

O verdadeiro oligopólio nas comunicações do Brasil faz com que 85% da banda larga brasileira esteja sob o controle de apenas três grupos empresariais. Neste cenário, não é possível crer em concorrência nem em troca de operadora como forma de protesto: o lobby do setor alinha as estratégias, o planejamento e os preços.

 

Mais do que isso: elas decidem onde vão estar presentes — e principalmente quais os mercados não querem explorar.

 

Assim, os provedores encontram um cenário onde nem os três grandes players (Claro, Oi e Vivo) estão em condições de fazer grandes investimentos para expansão ou melhorar o nível de qualidade dos serviços.

 

É fato que os ISPs têm o maior percentual da base de clientes em comparação com as operadoras, tendo em vista as áreas onde elas não têm grande atuação e a internet já ser tratada como um dos principais bens de consumo familiar.

 

Nesse contexto, a surpresa é que mesmo sem acesso às linhas de crédito públicas como as grandes operadoras, os provedores têm crescido — não só na base de clientes, mas também na velocidade das conexões oferecidas, sem franquia de dados e com recursos próprios.

 

As 2.200 empresas que fazem parte dessa categoria no país somaram no final do primeiro trimestre do ano 2,4 milhões de acessos. Com um crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior, elas ajudaram o país a sair da desaceleração pela qual passou o segmento e contribuíram para o acréscimo de 126,8 mil acessos. Isso mostra que ser justo com o usuário é o melhor caminho.

 

Aí está um dos segredos para o pequeno provedor de internet que deseja aumentar a base de clientes, mas às vezes não encontra fôlego para competir com os players tradicionais. O ideal não é disputar usuários em áreas onde eles (grandes grupos) já estão estabelecidos, mas explorar territórios com potencial de rentabilidade real.

 

Espaço não falta: dados da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) mostram que só 5% das cidades brasileiras concentram 77% dos acessos de banda larga. Dos 95% que sobram, 80% deles são mercados ideais para os provedores regionais, pois são lugares que têm bastante demanda para os ISPs e não estão saturados pelas grandes corporações.

 

O caminho para que você comece a promover e desfrutar da interiorização do acesso à internet passa, portanto, pela construção de uma infraestrutura de qualidade e custo baixo. A mais adequada é a fibra óptica (a tecnologia “à prova do futuro”), respaldada pelo bom custo-benefício, manutenção de baixo impacto financeiro e escalabilidade da tecnologia.

 

Neste sentido, fazendo um bom projeto de rede focado na expansão segura e otimizando seus recursos, a Cianet, que desenvolve soluções para os ISPs de várias partes do país, ajudou a MOB Telecom a migrar do rádio e do HPNA para as tecnologias GEPON e GPON. O provedor opera em oito estados do Nordeste, viu a demanda crescer e adaptou a infraestrutura à necessidade dos clientes.

 

O caminho também foi trilhado por outras empresas: a ETECC NET abastece mais de 4 mil clientes de Itanhaém, em São Paulo com velocidade e estabilidade baseadas na fibra óptica; e a Vianova Telecom, que opera no Rio de Janeiro e em Minas Gerais e migrou do cabo par metálico para fibra, e tem hoje mais de 7 mil clientes só na Região dos Lagos (RJ).

 

Portanto, se você está convencido da importância de levar conexão de qualidade a milhares de brasileiros que querem acesso à internet mas não conseguem, comece a reestruturar a sua rede e ofereça serviços mais satisfatórios, personalizados e confiáveis. Ele vai levar isso em conta na hora que a conexão com a atual operadora cair, mais uma vez.

 

Fonte: IP News

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